Nanotecnología responsável |
A fabrico molecular oferece esperança para uma capacidade de resposta muito maior dos serviços humanitarios e para aliviar de forma mais rápida o sofrimento da população afectada por desastres naturais. Oferece-nos, assim, o seguinte cenário hipotético:
N o espaço de uns anos uma povoação numa região agrária, isolada, de um país pobre, fica completamente destruída por inundacões, deixando 5000 famílias sem casa, sem o seu meio de vida (a agricultura) e sem água potável. Nos días de hoje, um acontecimento deste género reuniria todos os ingredientes de um desastre humanitario de enormes dimensões.
Porém, dentro de alguns anos e graças a fabricação molecular (uma das materias mais controversas na investigação e nos avanços do campo da nanotecnologia), a situação poderia resolver-se com algumas viagens de helicóptero. Milhares de avanços tecnológicos originaram materiais de ajuda mais compactos e eficazes. Contudo o avanço tecnológico mais importante até agora é a nanofábrica portátil que, com a utilização de materiais locais, pode construir uma ampla variedade de produtos para serviços humanitários.
Como funcionariam os novos sistemas de ajuda gerados com o fabricação molecular? Imagine que chega o primeiro helicóptero. O primeiro contentor que é descido do helicóptero é o do sistema de água – pode usar-se um sistema pré-fabricado para uma quantidade de apenas 25.000. A tubagem é curva e de plástico e, apesar de parecer demasiado frágil, suporta na perfeição a pressão da água. Ésta é introduzida no rio de água suja, junta-se um barril de combustível a um pequeno gerador, e liga-se o filtro. Uns minutos depois, a água limpia corre pelo sistema de tubagem colocados pelo campo de refugiados e distribuindo uns 379.000 de água limpia por día.
Enquanto isso, já desceram do helicóptero o segundo contentor –o eixo de todo o sistema- a fábrica portátil: cheia de nanotecnologia e robótica, pesa uns 91 kg, mede a metade da altura de uma pessoa e é capaz de fabricar duas toneladas de produtos por dia. É fácil de manejar - um ecrã mostra o tipo e a quantidade de produtos que é preciso fabricar.
Opta-se pelo mais o mais urgente, que é fabricar tendas de campanha. A fabricação de 5000 tendas familiares têm uma duração de très horas. De um tanque ligado ao helicóptero se introduz o combustível á fábrica e, uma vez dentro do sistema, o combustível é convertido em nanotubos e tecidos que se cosem. O produto final “autoenche-se” e são utilizados pedras e objectos pessados para manter as tendas no chão. Nessa mesma noite, a primeira depois do desastre, todas as famílias terão um sítio onde dormir.
No día seguinte, 250 pessoas do povoação recebem formação sobre o funcionamento da nanofábrica e são enviadas 5000 pessoas para recolher materiais orgânicos para serem levados para o campo. Enquanto isso, a nanofábrica teve ligada durante toda a noite para criar mais fábricas; numa hora podem duplicar-se, assim que, pela manhã seguinte, haverá 256 nanofábricas preparadas para funcionar. O combustível restante é utilizado para criar plantas químicas capazes de transformar qualquer matéria orgânica em combustível.
O campo é dividido em 250 unidades para 100 pessoas cada uma. Cada unidade recebe uma nanofábrica e uma planta química capazes de produzir grandes quantidades de serviços básicos: roupa, materiais de construção, pequenas casas prefabricadas ou estufas, inclusive alguns tipos de alimentos (aos que será preciso acrescentar vitaminas e minerais). A nanofábrica pode produzir 18 kg de serviços por pessoa ao dia. É suficiente para dar a cada familiia uma casa logo no primeiro día e uma estufa no segundo dia. Todo o lixo da população é recolhido e usado em plantas químicas.
O ambiente apesar de confortável é estranho. Aquando a secagem das terras, pouco a pouco, a população vai-se reconstruindo. As casas vazias esvaziam-se e queimam-se. Os restos são utilizados pelas plantas químicas. A maioria das nanofábricas são queimadas.. Alguns dos habitantes continuam com o cultivo nas estufas e algumas nanofábricas são guardadas.
Este cenário descreve o enorme e aliciante potencial humano da nanotecnologia. Para isso é preciso uma gestão responsável da nanotecnologia e da fabricação molecular.
O artigo original, em inglês, pode ser consultado nesta direcção: http://crnano.typepad.com/crnblog/2004/09/natural_disaste.html
(em espanhol)
(em espanhol)